quarta-feira, 21 de abril de 2010

Simples assim

Às vezes me pego pensando, e pensando demais. Na esquina de casa, no trânsito, olhando pro céu. Sim, sou eu, pensante, não distraído. Cheio de sonhos e cheio da realidade.
Eu não falo de um mundo de fantasias. Eu batizei meus Sonhos de Motivos. Eles me impulsionam pra frente. Fazem-me bater, chutar as portas, e querer sempre chegar ao próximo round.
Um dia desses, em uma de minhas andanças, percebi que tinha algo a encontrar – um novo Motivo, talvez. Não sabia muito o que era, mas tinha certeza que precisava. Se era grande ou pequena, não sabia. Na verdade, eu não sabia de quase nada, mas estava convicto de que era a hora certa de achar.
Não era uma coisa do tipo que a gente usa, joga, deixa de lado, ou até esconde dos amigos enquanto é nova. Não era do tipo de coisa que a gente só quer uma vez na semana, ou mesmo nas horas vagas. Era do tipo de se ter diariamente, de mostrar como um quadro de Van Gogh. Não era de porcelana, nem de ouro, mas tinha um valor danado, e isso eu sabia.
Tinha certeza de que eu avistaria de longe, por detrás de matos, muros, escombros, ou carros estacionados. Quase ninguém tem. Quem tem, deveria cuidar – já dizia Hebert Viana. Tem gente que não cuida, tem gente que não sabe se tem, até que se perde.
Tem gente que tem um monte de coisas, mas está sempre à procura de algo novo pra comprar. Tem gente que tem uma coleção. Tem gente que não dá valor pro que tem. Tem gente que não tem nada.
Eu, agora, tenho uma cama, um computador no colo e um monte de coisas pra dizer. Tenho ventos fortes que movimentam os livros entreabertos, os rascunhos e as folhas em branco.
Eu tenho um bocado de “talvezes”, mas grandes e genuínas certezas. Dentre elas, a lastimável de que está sobrando um lugar aqui, nesse texto – o do teu nome.

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